Fala-se muito sobre tendências de moda e o que poderia ser adaptado das passarelas para o escritório, mas o fato é que a consultoria de imagem para o ambiente corporativo vai além de qualquer tendência ou dos do or don’t do estabelecidos por publicações e blogs de moda.
Para quem ainda não teve oportunidade de inteirar-se sobre o assunto, vale esclarecer que, segundo estudos na área de comportamento humano, a primeira impressão de uma pessoa sobre outra ocorre nos primeiros 10 segundos de contato visual, onde, 55% desse julgamento, baseia-se na aparência e ações, e apenas 7% na propriedade intelectual do interlocutor.
Traduzindo: à primeira vista, o seu currículo construído sobre a base do conhecimento cultivado durante anos de experiências profissionais exemplares pouco importa se a sua aparência depõe contra você antes mesmo que você se pronuncie.
Parece superficial em um primeiro momento, mas não é. Se, em algum momento nos sentirmos injustiçados por estarmos sendo julgados por nossa casca exterior, nos basta lembrar que, também, por nosso turno, estamos fazendo a mesma coisa com pessoas aleatórias que cruzam conosco diariamente. Admita que você também julga por base nas aparências!
No livro ‘Subliminar’ o físico Leonard Mlodnow esclarece que as nossas decisões e julgamentos são formados 94% das vezes pelo nosso subconsciente, restanto, assim, somente 6% de decisões conscientes formadas pelo nosso cérebro racional.
Uma boa imagem profissional é aquela que comunica aos demais aquilo que o seu portador necessita dizer. Não somente suas qualidades intrínsecas, mas também aquilo que se deseja projetar para o outro. Este é um jogo de palavras não ditas.
O uso de cores, formas e estampas é a maneira mais direta de se fazer isso, porque são ferramentas percebidas imediatamente pelo inconsciente.
Uma pessoa que usa sempre o mesmo modelo de camisa ou mesma cor de calça, para citar um exemplo, pode ser percebida como pouco flexível e fechada à mudanças. Por outro lado, uma pessoa que muda constantemente de estilo, pode ser vista tanto como uma pessoa dinâmica, quanto como uma pessoa insegura. É preciso saber dosar. Buda já pregava que o caminho do meio, o do equilíbrio, é a maneira mais serena para se viver bem a vida.
Voltando para explicar o exemplo das cores: as mesmas, por seu turno, causam efeitos em áreas específicas do cérebro. A cor azul age diretamente no córtex pré-frontal e está ligada as decisões, pensamento abstrato e criativo, respostas afetivas e capacidade para conexões emocionais e julgamento social. Seu efeito no visual varia de acordo com o tom: escuro, relaciona-se ao poder; claro provoca sensação de frescor e higiene. Está ligado a produtividade e sucesso, amizade e confiança. Interessante, não?!
Tomei conhecimento, há tempos atrás, que empresas de R.H. estão selecionando candidatos a empregos de alto nível hierárquico com base na análise feita pelo consultor de imagem que está presente naquela sala, muitas vezes disfarçado de assistente. O que é analisado nestes casos? O nível de autoconfiança do candidato, sua capacidade de organização, seu interesse em ouvir seus subordinados entre outras qualidades. Tudo isto está implícito nas escolhas feitas pelo candidato. Roupa é comunicação!
Surpreso? Pois não fique, isto é sinal dos tempos, onde cada um de nós tem grande responsabilidade nesta grande engrenagem social que é o mundo globalizado. Estamos na era da informação, a comunicação é fluida e visual, não há mais tempo há se perder, o mundo é veloz, as trocas ocorrem de forma multilateral e vocês não devem negar-se a passar a imagem correta aos seus pares. Não negue-se a importância de uma boa imagem, não feche portas para você mesmo. O mundo agora é coletivo e a coletividade deve comunicar-se corretamente.
Aquele abraço!